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Brigas entre irmãos: como lidar para criá-los respeitando suas individualidades

É necessário encontrar equilíbrio entre a liberdade para as crianças aprenderem a negociar sozinhas e a orientação que precisa ser dada para que descubram como divergir de maneira saudável. Fácil não é, mas o caminho fica mais assertivo com as estratégias listadas pela estrela-convidada Laís Follador , mentora parental e educadora emocional, especialista em neurociências e desenvolvimento infantil

No imaginário coletivo, ao formar uma família com mais de um filho, é comum ouvir idealizações dos pais de que irão criá-los para serem melhores amigos, para se amarem e terem um ao outro sempre ao lado. Mas na prática pode ser bem diferente e as brigas acabam ocupando um lugar de destaque na rotina da família. Afinal, como conduzir comportamentos mais harmoniosos e criar irmãos de forma respeitosa sem entrar de cabeça nas brigas deles e nem defender um ou outro? 

Quem nos ajuda a entender essa questão é a mentora parental e educadora emocional Laís Follador, especialista em neurociências e desenvolvimento infantil: “De início, é muito importante orientar que os pais ajustem suas expectativas no que se refere à relação dos filhos. Ainda que as crianças tenham o mesmo pai e a mesma mãe, estamos falando de pessoas diferentes, que precisam ter as suas individualidades e personalidades levadas em consideração”, diz. 

Estratégias para relações mais positivas

Segundo a especialista, é preciso também entender que brigas vão existir entre os irmãos ao longo dos anos e que a preocupação não deve ser acabar com elas e, sim, orientar as crianças para que elas encontrem ferramentas respeitosas para agir nas situações conflituosas, sem impor um ideal de relação perfeita. Lais listou algumas estratégias que apoiam as relações positivas, lembrando que tudo vai variar a depender da idade das crianças e da diferença de idade entre elas. É necessário escolher com bom senso as ferramentas que melhor se encaixam em cada situação:

•   Criar oportunidades de convívio e cooperação: É importante criar oportunidades para que os irmãos cultivem uma relação próxima através de atividades familiares compartilhadas, como esportes, jogos de tabuleiro, ou eventos regulares como um passeio em família semanal ou noite de cinema. Outra ideia é proporcionar oportunidades para cooperação, como planejar atividades que exijam trabalho em equipe, o que também pode ser benéfico. Um exemplo seria organizar jogos ou atividades em equipe onde os irmãos precisam trabalhar juntos para alcançar um objetivo comum.

•   Evitar comparação entre irmãos: A comparação pode levar a sentimentos de inadequação e competição, o que pode prejudicar a relação entre eles. É essencial celebrar as conquistas e habilidades únicas de cada criança, sem fazer comparações.

•   Encorajamento, apoio e respeito mútuo: Oferecer elogio e reforço positivo quando os irmãos interagem de maneira positiva e apoiam um ao outro pode ser muito benéfico. Além disso, é crucial estabelecer um ambiente de respeito mútuo, onde o respeito mútuo seja a norma, e a individualidade e as diferenças de cada criança sejam reconhecidas e celebradas. Exercícios práticos podem incluir reuniões familiares regulares onde cada membro da família tem a oportunidade de expressar suas opiniões e ser ouvido. Muitas famílias escolhem um objeto e quando algum membro da família estiver com esse objeto em mãos, só ele pode falar e os outros se mantêm em silêncio.

•   Comunicação e resolução de conflitos: Ensinar aos irmãos habilidades de comunicação e resolução de conflitos pode ajudar a criar um ambiente onde eles possam expressar suas emoções e resolver desacordos de maneira saudável. É importante que os pais ensinem as crianças a expressar seus sentimentos e necessidades de maneira respeitosa. Um exercício prático seria o uso de declarações “Eu sinto”, onde as crianças são incentivadas a expressar como se sentem em vez de culpar ou criticar o irmão, por exemplo: “Eu me sinto triste e desrespeitado quando você pega os brinquedos que eu estou usando”.

•   Estímulo da empatia: O ensino de empatia e compreensão também é fundamental. Incentivar a empatia entre os irmãos, ajudando-os a se colocarem no lugar um do outro. Na prática, podemos incluir a leitura de histórias que ilustram a empatia e a discussão sobre como os personagens podem se sentir em diferentes situações.

Laboratório de aprendizagem 

Pode até não parecer, mas é fato que a relação entre irmãos é um laboratório natural para a aprendizagem. As discordâncias entre eles, quando gerenciadas de maneira construtiva, podem proporcionar oportunidades valiosas para o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e de resolução de conflitos. “A literatura sugere que os irmãos podem ter uma influência significativa no desenvolvimento uns dos outros em áreas como comportamento social, comunicação e alfabetização. Nesse sentido, uma intervenção parental adequada pode ajudar os pequenos a adotarem estratégias de negociação mais sofisticadas ao lidar com conflitos, ensinando-as a expressar suas necessidades e sentimentos de maneira respeitosa e a procurar soluções que atendam às necessidades de ambos”, ensina Laís Follador. A modelagem de comportamento pelos pais é outro aspecto de fundamental importância. “Os pais devem modelar a resolução pacífica de conflitos e a comunicação respeitosa em suas próprias interações, tanto entre si quanto com os filhos. Precisamos lembrar que ensinamos mais através dos exemplos do que através das palavras”, afirma a especialista.  

Brigas além da conta: como encontrar o equilíbrio

Colocada a educação respeitosa em prática, é fundamental estabelecer regras básicas que devem ser respeitadas pelos irmãos durante as brigas, algumas são inegociáveis, como por exemplo, não aceitar violência física. É importante lembrar às crianças dessas regras sempre que necessário. “Investir tempo de qualidade com cada filho individualmente, e como família, também pode promover um ambiente familiar mais harmonioso”, diz Laís.

Exercícios práticos como: brincar de peça teatral onde há conflitos, brincar de sessões de mediação familiar ou outros jogos relacionados, podem ser incorporados na rotina da família para ajudar a implementar as orientações mencionadas. “Essas atividades podem fornecer cenários para os filhos visualizarem e praticarem a resolução de conflitos e a comunicação não violenta sob a orientação dos pais. Em casos de estresse significativo causado por conflitos contínuos, a busca por apoio profissional de um educador parental ou psicólogo infantil pode fornecer orientações e estratégias adicionais para gerenciar desacordos de maneira eficaz.”

E atenção ao tentar forçar uma reconciliação. Essa prática não funciona porque as crianças precisam de tempo para processar e regular as próprias emoções. De início, o ideal é que os pais não interfiram nos conflitos entre irmãos, ou seja, que se afastem até certo ponto e proporcionem que os filhos tentem encontrar uma solução sozinhos, exceto, claro, se houver algum risco de violência física ou se as crianças estiverem ultrapassando limites pré-estabelecidos de respeito mútuo. Nesses casos, os pais precisam agir e afastar os irmãos.

Caso seja necessária uma intervenção para orientar as crianças e estabelecer regras, é interessante que os pais busquem fazer isso em um momento de calma e não durante as brigas, podendo, inclusive, usar o bom humor para acalmar os ânimos e dar sugestões para que eles possam resolver as divergências de uma próxima vez.

E quem nunca ouviu dizer que as crianças estão brigando para chamar a atenção dos pais? Essa afirmação pode mesmo ser verdadeira, mesmo que inconscientemente. Assim, conferir atenção excessiva a isso pode intensificar as discussões. “Então é necessário achar um equilíbrio entre a liberdade para as crianças aprenderem a negociar sozinhas e a orientação que precisa ser dada para que as crianças descubram como divergir de maneira saudável”, recomenda a especialista. 

Outro ponto importante é entender que o papel dos pais é ser mediadores do conflito e, portanto, agir como juiz não é a solução. Sendo assim, em vez de tomar partido ou resolver conflitos pelas crianças, os pais podem auxiliar os irmãos a encontrarem uma solução juntos.

Um exercício prático seria a implementação de sessões de mediação familiar, na qual os pais ajudam as crianças a expressar seus pontos de vista e a trabalhar juntos para encontrar uma solução. Isso pode ser feito, inclusive, com ludicidade, como uma brincadeira.

Defender ou criticar um filho nesses momentos conflituosos pode ser extremamente prejudicial. Não é papel dos pais apontar quem está certo e quem está errado, pois assim, ainda que involuntariamente, o cuidador pode estar criando personagens e rótulos e isso é maléfico para ambos. “Nesse sentido, quando os pais tratam os filhos de forma diferente, dirigindo às duas crianças quantidades diferentes de afeto, respostas positivas, controle e disciplina, as relações entre os irmãos tendem a ser menos amistosas, principalmente quando as crianças percebem a diferenciação como injusta”, conclui Laís. 

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