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Crianças querem ser influencers: como lidar?

Para entender melhor esses impactos, Stellar entrevistou a estrela convidada Aline Ferreira, psicóloga, mestrando em psicologia, e membro do grupo PROSPED – Processos de Constituição do Sujeito em Práticas Educativas, da PUC. Confira a entrevista!

Uma pesquisa realizada pela Fundação Lego com crianças entre 8 a 12 anos  perguntou o que elas gostariam de ser quando crescer. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, a resposta de 30% dos entrevistados foi: vlogger, ou seja, um influenciador que usa do recurso dos vídeos para se comunicar. Outra pesquisa realizada pelo grupo Morning Star, nos Estados Unidos, com pessoas de 13 a 38 anos, mostrou que mais tanto os millennials, como os da Geração gostariam de seguir por esse caminho: 54% deles expressaram o desejo de se tornarem influencers. No Brasil, uma pesquisa feita pela empresa de publicidade INFLR mostrou que 75% dos jovens brasileiros querem ser influenciadores.

Não dá para negar que nossas crianças já nasceram na geração mais conectada. E mesmo com as Sociedades médicas recomendando que até os dois anos de idade crianças não tenham acesso às telas, e após isso, o tempo seja bem limitado, a realidade costuma ser bem diferente.

Ser tornar youtuber, videocaster, podcaster – ou seja, influencer e criador de conteúdo para redes sociais – está cada vez mais sendo visto por elas como algo natural. Mas até que ponto isso é saudável e como os pais podem lidar com esse desejo? Stellar conversou com Aline Ferreira, psicóloga, mestrando em psicologia, e membro do grupo PROSPED – Processos de Constituição do Sujeito em Práticas Educativas, da PUC, para entender melhor o assunto. 

Stellar – Como você enxerga essa mudança de comportamento das crianças?

Aline Ferreira – Observar o crescente desejo de se tornar influenciador digital entre os jovens é interessante e não podemos nos esquecer que é um movimento que reflete uma evolução na maneira como temos nos relacionado uns com os outros e com a tecnologia. Vivemos a cultura digital e todos nós buscamos expressar nossa individualidade e identidade em um mundo cada vez mais digitalizado, onde a conectividade e a visibilidade desempenham papéis significativos. Com crianças e adolescentes, não é diferente, o que torna urgente estarmos atentos a maneira como todo este processo afeta o desenvolvimento cognitivo e emocional, considerando os impactos da exposição constante e indiscriminada às telas e a tantas informações que muitas vezes não são qualificadas para a idade.


Stellar – Recentemente, a ONU e a UNESCO emitiram um relatório com severas recomendações sobre o uso de telas, especialmente nas escolas. Os filhos dos grandes CEOs das gigantes de tecnologia não têm nem celular… Quais são os impactos dessa hiperconectividade das crianças em seu desenvolvimento?

Aline Ferreira – A preocupação da ONU e da UNESCO com a hiperconectividade é compreensível e nos alerta para os possíveis impactos disso no desenvolvimento humano. O uso excessivo de telas pode limitar as interações sociais face a face e comprometer o desenvolvimento de habilidades essenciais, como a empatia, a comunicação interpessoal e a resolução de problemas. Além disso, pode contribuir para problemas de saúde mental, como a ansiedade e o isolamento. Portanto, é fundamental encontrar um equilíbrio saudável entre o uso de tecnologia e outras atividades que promovam o desenvolvimento integral das crianças, como a educação baseada em experiências significativas e a promoção do pensamento crítico em relação à tecnologia.

Stellar – E em relação às crianças e aos adolescentes que produzem conteúdo? É possível considerar saudável essa prática, mesmo com as próprias plataformas não sendo feitas para essa faixa etária?

Aline Ferreira – É importante reconhecer que a produção de conteúdo digital por crianças e adolescentes pode ser uma oportunidade para o desenvolvimento de habilidades criativas, cognitivas e comunicativas. No entanto, a questão da adequação etária nas plataformas é relevante, pois as crianças e adolescentes estão vulneráveis a conteúdos inadequados e a violências que não necessariamente são implícitas. Penso que é fundamental que os pais e responsáveis estejam envolvidos na supervisão e orientação dessas atividades, garantindo um ambiente online seguro e educativo.


Stellar – Qual a importância de explicar aos filhos que o que é visto nas redes sociais é apenas um recorte, uma edição da vida das pessoas? Para que eles não cresçam com uma visão alterada da realidade?

Aline Ferreira – Os pais desempenham um papel crucial na mediação dessas percepções. Eles podem ajudar seus filhos trazendo exemplos concretos de sua vida, exemplos simples, alinhados com sua realidade. Trazendo à tona momentos em que foram desafiadores na rotina, mas que a foto ou o vídeo que representava aquilo, não refletia o todo, apenas um recorte. Além disso, é muito importante que estes responsáveis valorizem a autenticidade de seus filhos, não façam comparações e incentivem o equilíbrio entre a vida online e offline.

Stellar – E para os pais que também acabam estimulando os filhos, na esperança que sejam os próximos influenciadores no topo das listas, o que você tem a dizer?

Aline Ferreira – É compreensível que os pais queiram apoiar os sonhos e aspirações de seus filhos, mas é importante fazê-lo com responsabilidade. Adultos devem ser mediadores e não impor seus próprios desejos e expectativas sobre os filhos. Eles podem ajudar a desenvolver as habilidades necessárias para a produção de conteúdo digital, enquanto também incentivam outras atividades que promovem o desenvolvimento integral, como a interação social, o aprendizado offline e a busca por experiências significativas fora das telas.

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