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Postado 4 de novembro de 2023 em Família por Stellar
Para entender melhor esses impactos, Stellar entrevistou a estrela convidada Aline Ferreira, psicóloga, mestrando em psicologia, e membro do grupo PROSPED – Processos de Constituição do Sujeito em Práticas Educativas, da PUC. Confira a entrevista!
Uma pesquisa realizada pela Fundação Lego com crianças entre 8 a 12 anos perguntou o que elas gostariam de ser quando crescer. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, a resposta de 30% dos entrevistados foi: vlogger, ou seja, um influenciador que usa do recurso dos vídeos para se comunicar. Outra pesquisa realizada pelo grupo Morning Star, nos Estados Unidos, com pessoas de 13 a 38 anos, mostrou que mais tanto os millennials, como os da Geração gostariam de seguir por esse caminho: 54% deles expressaram o desejo de se tornarem influencers. No Brasil, uma pesquisa feita pela empresa de publicidade INFLR mostrou que 75% dos jovens brasileiros querem ser influenciadores.
Não dá para negar que nossas crianças já nasceram na geração mais conectada. E mesmo com as Sociedades médicas recomendando que até os dois anos de idade crianças não tenham acesso às telas, e após isso, o tempo seja bem limitado, a realidade costuma ser bem diferente.
Ser tornar youtuber, videocaster, podcaster – ou seja, influencer e criador de conteúdo para redes sociais – está cada vez mais sendo visto por elas como algo natural. Mas até que ponto isso é saudável e como os pais podem lidar com esse desejo? Stellar conversou com Aline Ferreira, psicóloga, mestrando em psicologia, e membro do grupo PROSPED – Processos de Constituição do Sujeito em Práticas Educativas, da PUC, para entender melhor o assunto.
Aline Ferreira – Observar o crescente desejo de se tornar influenciador digital entre os jovens é interessante e não podemos nos esquecer que é um movimento que reflete uma evolução na maneira como temos nos relacionado uns com os outros e com a tecnologia. Vivemos a cultura digital e todos nós buscamos expressar nossa individualidade e identidade em um mundo cada vez mais digitalizado, onde a conectividade e a visibilidade desempenham papéis significativos. Com crianças e adolescentes, não é diferente, o que torna urgente estarmos atentos a maneira como todo este processo afeta o desenvolvimento cognitivo e emocional, considerando os impactos da exposição constante e indiscriminada às telas e a tantas informações que muitas vezes não são qualificadas para a idade.
Aline Ferreira – A preocupação da ONU e da UNESCO com a hiperconectividade é compreensível e nos alerta para os possíveis impactos disso no desenvolvimento humano. O uso excessivo de telas pode limitar as interações sociais face a face e comprometer o desenvolvimento de habilidades essenciais, como a empatia, a comunicação interpessoal e a resolução de problemas. Além disso, pode contribuir para problemas de saúde mental, como a ansiedade e o isolamento. Portanto, é fundamental encontrar um equilíbrio saudável entre o uso de tecnologia e outras atividades que promovam o desenvolvimento integral das crianças, como a educação baseada em experiências significativas e a promoção do pensamento crítico em relação à tecnologia.
Aline Ferreira – É importante reconhecer que a produção de conteúdo digital por crianças e adolescentes pode ser uma oportunidade para o desenvolvimento de habilidades criativas, cognitivas e comunicativas. No entanto, a questão da adequação etária nas plataformas é relevante, pois as crianças e adolescentes estão vulneráveis a conteúdos inadequados e a violências que não necessariamente são implícitas. Penso que é fundamental que os pais e responsáveis estejam envolvidos na supervisão e orientação dessas atividades, garantindo um ambiente online seguro e educativo.
Aline Ferreira – Os pais desempenham um papel crucial na mediação dessas percepções. Eles podem ajudar seus filhos trazendo exemplos concretos de sua vida, exemplos simples, alinhados com sua realidade. Trazendo à tona momentos em que foram desafiadores na rotina, mas que a foto ou o vídeo que representava aquilo, não refletia o todo, apenas um recorte. Além disso, é muito importante que estes responsáveis valorizem a autenticidade de seus filhos, não façam comparações e incentivem o equilíbrio entre a vida online e offline.
Aline Ferreira – É compreensível que os pais queiram apoiar os sonhos e aspirações de seus filhos, mas é importante fazê-lo com responsabilidade. Adultos devem ser mediadores e não impor seus próprios desejos e expectativas sobre os filhos. Eles podem ajudar a desenvolver as habilidades necessárias para a produção de conteúdo digital, enquanto também incentivam outras atividades que promovem o desenvolvimento integral, como a interação social, o aprendizado offline e a busca por experiências significativas fora das telas.
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