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Está na hora de repensar a compra de lojas como a Shein

Você já parou para pensar no processo de produção e tudo o que envolve a confecção das roupas que vão para o seu armário? Peças estilosas e com baixíssimo custo, que circulam constantemente entre blogueiras badaladas, com vídeos tentadores, tudo a um clique da compra. Realmente é bem difícil resistir à indústria fast-fashion, especialmente quando se fala da varejista chinesa Shein, que ganhou muita visibilidade nos últimos tempos. Nas redes sociais, vídeos de “recebidos” dos produtos batem recorde de visualizações no TikTok.

Segundo estimativas do BTG Pactual, publicados em um artigo da Forbes, a varejista chinesa online de moda já faturou mais de 2 bilhões de dólares em vendas no Brasil, além de ser o aplicativo mais baixado da indústria brasileira, com 23,8 milhões de downloads.

Não dá para negar que a loja é uma das poucas alternativas para diversos grupos de pessoas, principalmente pessoas com sobrepeso e que estão fora do “padrão”, e desejam se vestir com estilo e a um preço acessível. Mas será que vale a pena consumir de lojas desse tipo? Após saber o que acontece nos bastidores, há muitos motivos para repensar tal consumo. 

Por dentro da Shein

Com um apelo e a “missão” de democratizar a moda, a loja é acusada de graves violações trabalhistas, conforme mostrou o documentário recém-lançado pela rede britânica Channel 4. Intitulado: “Inside the Shein Machine” (Dentro da Máquina Shein), o filme é apresentado pela jornalista Iman Amrani

e mostra um trabalhador disfarçado dentro das fábricas localizadas em Guangzhou (China) e no Reino Unido, expondo o custo humano do modelo de negócios da varejista. 

Apesar de pelas leis trabalhistas chinesas os trabalhadores não poderem ultrapassar 40 horas de jornada semanal, nas fábricas da Shein eles chegavam a uma carga horária de 18 horas diárias, com direito a apenas uma folga por mês. 

Os salários ficavam em torno de 4000 yuans (aproximadamente 2900 reais), para confeccionar 500 peças de roupa ao dia! E se houvesse erro nas peças, a penalização chegava a dois terços do salário diário. 

A jornada investigativa dentro das fábricas da gigante de moda rápida mais popular do mundo dura 47 minutos e é de deixar qualquer um horrorizado. A empresa, avaliada em mais de US$ 100 bilhões no início de 2022, rebateu as denúncias e disse que irá investigar as irregularidades de seus fornecedores e gastará US$ 15 milhões em melhorias nas fábricas. Porém, não especificou em quais fábricas ou quais seriam as melhorias em questão.


Problemas trabalhistas são apenas parte desse Iceberg.

As irregularidades encontradas na Shein parecem não parar por aí: a gigante da moda é acusada de plagiar peças da ZARA, entre outras lojas, além de ser alvo de denúncias de diversos estilistas que disseram ter seus designers copiados sem autorização ou repasse de créditos pela loja chinesa. A Shein também é muito questionada sobre seus impactos éticos e ambientais. A velocidade de produção e consumo tem elevado a marca à nomenclatura de ultrafast-fashion, e não é para menos: em menos de uma semana ela idealiza, cria e coloca à venda novos produtos. Outras fast-fashion comuns no mercado gastam cerca de 15 dias a um mês para todo este processo, segundo artigo publicado pela FFW. Na prática, isso significou mais de 300 mil novos modelos apenas no primeiro trimestre de 2022. Para efeito comparativo, na Zara foram 6.849 modelos nesse mesmo período, e na H&M Group, 4.414.


Todos os dias o site de vendas é atualizado com mais de mil novos modelos. O meio ambiente paga alto por toda essa superprodução: além de peças feitas de tecidos sintéticos que liberam microplásticos durante a lavagem, a vida útil das peças é muito menor e o estímulo ao consumismo é exorbitante, o que faz milhares de peças irem parar em lixões ao redor do mundo, como no deserto do Atacama, que se tornou o maior lixão têxtil do planeta. 

Claro que isso não é exclusividade da Shein. Muitas marcas de fast-fashion e de moda no geral causam esse impacto negativo. Mas na Shein tudo ganha enormes proporções justamente pelo crescimento e produção serem tão exorbitantes. 

Sem dúvidas, será preciso mais fiscalização por parte das autoridades que administram as áreas trabalhistas onde as fábricas estão instaladas, além de responsabilidade social dos próprios investidores que alimentam essa máquina. Mas não podemos desconsiderar o nosso papel enquanto consumidores, afinal, trata-se de um ciclo vicioso alimentado pelo consumo exagerado, que estimula ainda mais pessoas a consumirem como se não houvesse amanhã. O meio ambiente já está cobrando caro essa conta e se queremos ensinar aos nossos filhos condutas éticas, de respeito ao próximo e à natureza, certamente passou da hora de repensar todo esse consumo exacerbado. Pense nisso!

Ficou curiosa para entender mais sobre a repercussão da moda em seu dia a dia? Confira nossas matérias sobre Slow Fashion e Upcycling, duas tendências que vieram para ajudar a minimizar esses impactos negativas da indústria de moda.

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