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Transtorno do Processamento Sensorial: entenda o que é a condição que afeta o filho de Giovanna Ewbank

Muita ou pouca sensibilidade,dificuldade para detectar ou interpretar a entrada sensorial do ambiente ou do próprio corpo são alguns sinais do transtorno. Para entender mais sobre o assunto, ouvimos a estrela-convidada neuropediatra Gabriella Oliveira


Recentemente a atriz e apresentadora Giovanna Ewbank contou em seu podcast “Quem Pode, Pod”, como descobriu que Bless, seu filho do meio com Bruno Gagliasso, tem o Transtorno de Processamento Sensorial: “Durante a pandemia, o Bless começou a ficar muito aéreo, fazendo algumas coisas que eu achava um pouco estranhas. Comecei a pensar que ele poderia ter um grau de autismo, até que uma médica em São Paulo o diagnosticou com uma síndrome sensorial. Ele ouve mais do que nós todos, ele sente mais, sente mais cheiro”, disse. O assunto viralizou na internet e muitos pais passaram a buscar no Google o que seria a tal síndrome. 

Stellar conversou com a neuropediatra Gabriella Oliveira (CRM185775 RQE81892) para entender o que é, afinal, essa condição e também como é feito o diagnóstico e tratamento:


O que é o Transtorno de Processamento Sensorial?

É uma inabilidade do cérebro processar e integrar as informações que ele capta do ambiente pelos sistemas sensoriais tátil, olfativo, proprioceptivo (responsável pela percepção do nosso corpo no espaço, através de receptores nos músculos, articulações e ligamentos); vestibular (com receptores localizados no ouvido interno, estimulados pelo movimento, responsável por registrar a posição do nosso corpo em relação à Terra, influenciando na segurança física); interoceptivo (responsável pela percepção das alterações fisiológicas internas, como fome, sede, batimento cardíaco, vontade de urinar, defecar); oral, auditivo e visual. “ Os Transtornos do Processamento Sensorial estão divididos em três tipos: Transtorno da Modulação Sensorial, que é como a pessoa ajusta as informações sensoriais, dependendo da intensidade, frequência, duração, complexidade e novidade dos estímulos; o Transtorno da Discriminação Sensorial, quje diz respeito a como se percebe o estímulo, marcados por dificuldades em identificar ou discriminar a intensidade e características dos estímulos sensoriais; e Transtorno Motores de Base Sensorial, que são relacionados à posturais e déficits na execução dos movimentos. 

Quais os principais sinais de alerta que podem indicar TPS?

Os sintomas apresentados pela criança com TPS vão variar de acordo com o perfil do transtorno, podendo variar de leves até os graus mais severos. É muito comum que familiares ou pessoas próximas achem que a criança é mimada ou quer chamar atenção ao apresentar os sinais da TPS. Por isso é importante entender quais são os principais sinais de alerta para o transtorno. As possibilidades são variadas:

  • Dificuldade para detectar ou interpretar a entrada sensorial do ambiente ou do próprio corpo, ou seja: sentir frio ou calor, dor, cansaço, fome. Luzes, sons e atividades simples podem ser mais desafiadoras. 
  • Dificuldade na habilidade de modulação do estímulo variando de um perfil de hipersensibilidade (perceber os estímulos sensoriais com maior intensidade) ou de hiposensibilidade (perceber os estímulos com menor intensidade). “No caso da hipersensibilidade, a criança pode apresentar sintomas como intolerância e aversão a barulhos, texturas, odores, iluminação. Em alguns casos observam-se dificuldades na alimentação, quando a criança recusa diversos alimentos com consistência e texturas diferenciadas; nas atividades de autocuidado, quando a criança chora, foge e se irrita na hora do banho, de cortar as unhas ou vestir-se; e no brincar. Já no contexto de hiposensibilidade, a criança vai precisar de um esforço maior ou de uma maior intensidade para perceber e aproveitar o estímulo. O que muitas vezes gera um comportamento de busca sensorial, com frequente levar das coisas a boca – mesmo em uma faixa etária em que não é mais comum -, cheirar tudo, gostar de sons/barulhos altos e até mesmo um comportamento como morder e beliscar”, conta a neuropediatra. 
  • Dificuldade para usar as habilidades motoras e de coordenação, como segurar o lápis ou a caneta, e a dificuldade de adaptação para mudanças, como de atividades, de ambiente ou de casa.

Diagnóstico e tratamento

Não existem exames laboratoriais ou de imagem para diagnosticar um TPS. O diagnóstico é clínico e depende de profissionais capacitados na avaliação da criança e na identificação de condições associadas e diagnósticos diferenciais. É importantíssimo que a família procure um profissional da Terapia Ocupacional e o neuropediatra. Já o tratamento visa o desenvolvimento da capacidade de processar, organizar e interpretar as sensações pelo cérebro. “Para isso é feita a terapia com Terapia Ocupacional em integração sensorial. O plano de intervenção é centrado na família e com base em avaliações de integração sensorial que identificam as alterações sensoriais e as trabalham com demandas individualizadas, a depender do perfil daquela pessoa”, explica a especialista. Para ter bons resultados, é fundamental que a família siga as condutas propostas pela equipe que acompanha a criança, reproduzindo as orientações passadas na rotina da criança. Por não ser uma doença, também não se fala em cura. O tratamento cria habilidades para melhorar o processamento dos estímulos sensoriais e envolve estratégias a serem utilizadas por toda a vida.

Existem crianças mais predispostas ou alguma associação com o autismo?

Apesar da causa exata ainda não ter sido identificada, a médica conta que as evidências mais atuais acreditam que o TPS apresenta forte componente genético. As características apresentadas muitas vezes são atribuídas ao autismo, mas na verdade o TPS é um distúrbio que pode ou não estar relacionado ao Transtorno do Espectro Autista. “A dúvida é comum pois o TPS é bastante frequente nas pessoas autistas, assim como associada a outros transtornos do neurodesenvolvimento, como o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), paralisia cerebral e deficiência intelectual. Porém, também podem ocorrer em casos não relacionados a esses”, finaliza Gabriela. 

Se você tem mais alguma dúvida ou deseja sugerir uma pauta, pode mandar seus comentários para [email protected]. Vamos juntos criar nossa rede colaborativa de mães e pais conscientes.

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