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Upcycling: o que é e porque é importante para a indústria da moda?

Aqui na Stellar, nós amamos a moda, a saúde e a beleza! Para nós, é um prazer acompanhar a criatividade das mulheres empreendedoras que entregam lindos produtos para nos ajudar no dia a dia. Entretanto, também estamos conscientes dos resultados de nossa atuação na cadeia ambiental e social do nosso planeta. Neste sentido, procuramos entender melhor como o nosso guarda-roupa impacta no meio ambiente e na sociedade, assim como o upcycling pode ser um aliado para amenizar esses impactos.

Primeiramente, qual o impacto da moda em termos ambientais?

Considere os seConsidere os seguintes dados sobre a indústria mundial da moda, segundo uma reportagem do Fórum Econômico Mundial:

  • A indústria da moda é responsável por 10% das emissões mundiais de carbono. 
  • É o segundo maior consumidor de água a nível global.
  • 85% da produção têxtil vai para aterros sanitários todo ano.
  • 500.000 toneladas de microfibra, o equivalente a  50 bilhões de garrafas plásticas, são soltadas anualmente na lavagem de alguns tipos de tecidos, poluindo os oceanos.

O custo humano da produção de moda

Conversamos com a estrela-especialista Eva Chirinos, Mestre em Fashion Retail Management e fundadora da Mica&Oli, marca infantil que cria produtos a partir do upcycling de tecidos da indústria da moda. Antes de empreender, ela atuou como profissional em grandes empresas e entidades da indústria mundial. Foi lá que teve a oportunidade de trabalhar com grandes marcas e observar a dinâmica da produção de roupas em larga escala do mundo do“Fast Fashion”. “Hoje em dia, a fiscalização e controle das condições laborais dentro das fábricas tem melhorado muito, porém ainda existem muitos casos, em especial quando se fala das marcas low-cost que trabalham em condições não éticas, envolvendo trabalhos escravos, o que acaba prejudicando a cadeia como um todo,” comenta. Casos de exploração laboral nas fábricas asiáticas, por exemplo, têm sido um tema tabu na última década que poucas marcas querem abordar. As denúncias de existirem menores de idade trabalhando em fábricas que produzem para as grandes marcas em lugares como Índia, Camboja e Bangladesh tem feito com que as grandes varejistas de presença mundial tenham extremado os seus controles. Da perspectiva do consumidor, Eva observa que “o ritmo  de produção e lançamentos de coleção impacta os consumidores deixando eles expostos ao constante impulso da compra, já que o tempo todo somos bombardeados pela necessidade de ter o novo, a última versão de tudo e assim poder acompanhar as tendências”.

Esses fenômenos lamentavelmente ocorrem também no Brasil, de acordo com uma matéria elaborada pelo Wilson Centre, uma organização em Washington, DC dedicada à elaboração de pesquisa, assim como políticas públicas referentes a problemas globais. O artigo cita um informe da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) no qual consta que mais de 100 pessoas foram resgatadas no Brasil em 2019 de condições análogas ao trabalho escravo só no comércio varejista e na confecção de roupas.


A inspiração do upcycling

A partir de suas pesquisas, Eva conheceu o trabalho da holandesa Li Edelkoort, educadora, analista de tendências de consumo e criadora da Trend Union, um serviço de previsão de tendências da moda. Vanguardista, Li publicou em 2015 o Anti-fashion Manifesto, no qual apresenta como grande tendência para os próximos anos a disposição dos consumidores a questionar o modelo de produção “fast” e linear, valorizando a qualidade e o reaproveitamento de materiais, em detrimento da quantidade de compras. Propõe também que os designers conheçam seus produtores de matéria-prima, elaborando suas coleções a partir de uma relação mais próxima com eles e com a dinâmica de sua produção.


Mas o que é upcycling especificamente?

Consiste no reaproveitamento de uma matéria-prima ou de um produto já pronto que seria destinado ao lixo, fazendo um produto novo, que passa a ter um novo valor econômico. Não é uma tendência exclusiva do mundo da moda, pode ser aplicada a qualquer produto (embora na indústria alimentícia ainda esteja sendo estudado). Desta maneira, a produção e o consumo não são mais lineares, pois a matéria descartada não vai para o aterro sanitário, ela volta ao mercado e é utilizada novamente.

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Os impactos da produção linear são emocionais, pois os consumidores são bombardeados constantemente pela necessidade do novo, de comprar e acompanhar as tendências.

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Como se implementa o upcycling na prática?

Após a maternidade de suas filhas gêmeas, Eva percebeu que o trabalho com grandes marcas tornou-se incompatível com a nova vida. Lembrou-se de suas experiências, pesquisas e da matéria-prima parada nos galpões das marcas onde trabalhou. Reuniu tudo isso ao carinho que entregou em um presente que fez para sua sobrinha (duas lindas bonecas de pano), e teve a ideia de tornar-se empreendedora de um design upcycling, lançando a Mica & Oli, que produz bonecos utilizando, entre outros,  matéria-prima descartada da indústria têxtil.


Eva iniciou uma parceria com a Oficina Muda, localizada no Rio de Janeiro, um projeto de upcycling nascido em 2016 que reúne marcas têxteis para selecionar, reaproveitar e resignificar peças que seriam descartadas, dando a elas nova vida e reintroduzindo-as ao mercado. Os produtos levam uma etiqueta especial, informando de onde veio a matéria-prima utilizada, possibilitando aos consumidores acompanhar de maneira mais próxima a cadeia de produção na qual estão inseridos.


O significado e a visão do upcycling

Para Eva, o trabalho a partir de upcycling dialoga com uma conexão específica experienciada na maternidade: o cuidado. “Quando nos tornamos mães, queremos manter nossa criança segura, protegida. Para mim, é importante que meu trabalho também pertença a uma cadeia de cuidado com as outras pessoas e com o planeta, assim como ajo também com minhas filhas”.


A produção em upcycling é necessariamente lenta. Trata-se de uma visão “slow fashion” de moda sustentável, e de consumo consciente. É necessário conhecer e valorizar toda a cadeia de produção, humanizar a relação de trabalho com os fornecedores e colaboradores. “Sou eu quem finalizo cada uma das peças, porém tenho proximidade com quem produz e acompanho a produção, isso é muito importante”, nos conta Eva.

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Fontes adicionais:
El Mundo: “Así combaten Inditex, H&M y Primark la explotación en sus fábricas”.

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